sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre a Vida, Ilusões, Virtudes e a Natureza do Homem


Por Leonardo Da Vinci
"Aquilo que é justo ao homem passa e não dura.

Somos enganados por promessas e iludidos pelo tempo, e a morte zomba de nossos cuidados; as ansiedades da vida nada são.

É extremamente tolo o homem que sempre sofre privação por medo da privação, e sua vida passa enquanto ele ainda espera desfrutar das coisas boas que adquiriu com grande esforço.

Aquele que mais possui mais tem medo de perder.

Evite aqueles estudos em que o trabalho resultante morre com o trabalhador.

Nos rios, a água que tu tocas é a última que passou e a primeira que virá: assim é com o tempo presente. A vida bem vivida é longa.

A idade, à medida que voa, desliza secretamente e e engana um e outro; nada é mais passageiro que os anos, mas aquele que semeia virtude colhe honra.

Na juventude, adquira aquilo que poderá restaurar o dano da idade avançada; e se você for cuidadoso, a idade avançada terá sabedoria por alimento; irá impenhar-se tanto na juventude que sua idade avançada não ficará sem sustento.

O ambicioso, para quem nem o benefício da vida, nem a beleza do mundo são suficientes, recebe como pena a vida desperdiçada; e ele não possui nem os benefícios, nem a beleza do mundo.

Assim como um dia bem vivido traz um sono feliz, uma vida bem usada traz uma morte feliz.

Erradamente, os homens lamentam o passar do tempo, acusando-o de ser muito rápido, não percebendo que este período é suficiente. Mas a boa memória com a qual a natureza nos dotou faz com que tudo que passou há muito tempo pareça presente.

Onde há mais sentimento há mais martírio.

O maior bem é a sabedoria; o maior mal é o sofrimento do corpo.

Os homens bons por natureza desejam saber.
Se no prazer tua mente deve se alimentar.

E a ti, homem que diz possuir só o bem. Tu és um mentiroso. O bem precisa do mal, o mal precisa do bem. Por natureza, nós usamos o equilíbrio das coisas.

Se não há amor, o que há então?

Da Vinci.

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